
Edição 572 - Publicado em 16/Abril/2016 - Página 16
Somos felizes quando criamos valor.
“Criar valor” é valorizar cada pessoa. É também a sabedoria que capacita o ser humano a transformar perdas em ganhos, mal em bem e sofrimentos em alegria. Sendo assim, somos felizes quando valorizamos o ser humano que está à nossa frente; quando, sem nos abatermos pelas circunstâncias, transformamos o veneno em remédio.
O bodisatva
Para entender a “criação de valor” como sabedoria que transforma veneno em remédio, vamos começar pelo nome do bodisatva Mérito Universal.
Nichiren Daishonin explica: “No nome Mérito Universal, ‘universal’ refere-se ao princípio do verdadeiro aspecto de todos os fenômenos, a verdade essencial e imutável incorporada ao ensinamento teórico [do Sutra do Lótus]. E ‘mérito’ expressa a ideia de sabedoria, a sabedoria que atua de acordo com as circunstâncias mutáveis, incorporada ao ensinamento essencial” (Gosho Zenshu, p. 780).
Sobre a frase de Daishonin, o presidente Ikeda comenta: “A ‘sabedoria que atua de acordo com as circunstâncias mutáveis’ significa criação de valor” (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3).
Tanto no nome quanto na postura, o bodisatva Mérito Universal expressa a sabedoria que nasce do ato de valorizar cada pessoa tendo como critério o valor mais supremo que ela possui: a vida ou estado de buda.
Voltando ao nome do bodisatva, “universal” representa o princípio da iluminação de todas as pessoas (iluminação universal). Ou seja, todas as pessoas são budas da forma como se apresentam. Essa é a verdade imutável incorporada no ensinamento teórico do Sutra do Lótus.
Acreditar ou aceitar essa verdade é bem difícil. As pessoas geralmente se autodepreciam ou desvalorizam umas às outras por se apegarem às circunstâncias mutáveis ou aparência externa. Como elas se definem e julgam as pessoas com base em valores externos circunstanciais, não conseguem reconhecer o valor supremo da vida em si e nos outros.
Um exemplo de apego a valores externos circunstanciais é valorizar, ou desvalorizar, uma pessoa por sua posição social, títulos acadêmicos, condição financeira, capacidade intelectual etc.
A “sabedoria que atua de acordo com as circunstâncias mutáveis, incorporada ao ensinamento essencial” é a capacidade de, mesmo em meio às circunstâncias adversas, reconhecer e trazer à tona o potencial iluminado inerente a si mesmo e aos outros. É agir, sem nunca perder de vista a verdade de que todas as pessoas são budas, mesmo que as circunstâncias ofusquem esse fato. É a sabedoria de reconhecer o ouro, mesmo que ele esteja coberto de lama e fazê-lo brilhar.
O reconhecimento do Nam-myoho-renge-kyo em si mesmo e, consequentemente, no outro é a fé — fonte da sabedoria que transforma o veneno em remédio e atua de acordo com as circunstâncias mutáveis. O presidente Ikeda afirma que “a fonte da criação de valor é a fé. Ter fé significa ter uma esperança ilimitada. Independentemente das circunstâncias serem boas ou más, mesmo que pareça lutar uma batalha perdida, deve se levantar convicto de que não será derrotado e, a partir daí, mostrar claramente a prova real do ilimitado potencial da Lei Mística. Esse é o verdadeiro propósito da fé! Sem dedicar todo nosso ser à criação de algo a partir do nada, não conhecemos o que é a fé genuína. O intenso desafio de criar valor, transformar a perda em ganho, o mal em bem, a mesquinhez em beleza. Esse é o espírito Soka. Isso é fé” (BS, ed. 1.579, 11 nov. 2000, p. 3).
“Criar valor” é valorizar cada pessoa. É também a sabedoria que capacita o ser humano a transformar perdas em ganhos, mal em bem e sofrimentos em alegria. Sendo assim, somos felizes quando valorizamos o ser humano que está à nossa frente; quando, sem nos abatermos pelas circunstâncias, transformamos o veneno em remédio.
Nesta matéria, entenda como a valorização de cada pessoa e a sabedoria para transformar o veneno em remédio se fundem numa atitude transformadora do ser humano e da sociedade.Valorizar a vida humana
Na SGI, aprendemos que “criar” se refere à criação de algo a partir do nada. “Valor” é valorizar a dignidade da vida humana.
A filosofia budista esclarece que “vida humana” não se limita ao ser humano, refere-se ao ser e seu ambiente, que são inseparáveis (esho funi). Na expressão “vida humana” estão inclusos o meio ambiente, os animais e a vida em todas as suas manifestações.
Na atual sociedade, em que prevalece o desrespeito à vida humana, criar valor consiste em “dar existência” ao “respeito à vida” a partir de condições em que esse respeito não existe. Esse é o propósito da SGI — e realizá-lo é promover o bem-estar social a partir da “criação de valor”(kosen-rufu).
Criar valor é viver criativamente, fazendo de cada atividade humana um gesto de valorização da dignidade da vida. Nessa ação se encontra a verdadeira felicidade.
A filosofia budista esclarece que “vida humana” não se limita ao ser humano, refere-se ao ser e seu ambiente, que são inseparáveis (esho funi). Na expressão “vida humana” estão inclusos o meio ambiente, os animais e a vida em todas as suas manifestações.
Na atual sociedade, em que prevalece o desrespeito à vida humana, criar valor consiste em “dar existência” ao “respeito à vida” a partir de condições em que esse respeito não existe. Esse é o propósito da SGI — e realizá-lo é promover o bem-estar social a partir da “criação de valor”(kosen-rufu).
Criar valor é viver criativamente, fazendo de cada atividade humana um gesto de valorização da dignidade da vida. Nessa ação se encontra a verdadeira felicidade.
Partindo da conclusão do Sutra do Lótus
Valorizar cada pessoa (como se fosse o Buda) — essa é a mensagem conclusiva do Sutra do Lótus pregado pelo fundador do budismo, o buda Shakyamuni.
O Sutra do Lótus é o ensinamento mais importante de Shakyamuni, pois nele está revelada implicitamente a essência do budismo — a verdade de que a Lei Mística, que abarca e sustenta todas as coisas no universo, existe dentro do ser humano. Essa Lei transcendente e universal, inerente ao ser humano, chama-se Nam-myoho-renge-kyo.
Por meio da recitação do daimoku com fé no Gohonzon uma pessoa consegue ativar plenamente seu potencial iluminado. Recitar o daimoku, e propagar o Gohonzon, é fundir-se com a Lei eterna e imutável que transcende o “eu” limitado e finito. Essa fusão da pessoa e Lei é a felicidade que capacita o ser humano a estabelecer a paz na sociedade.
Tudo começa com o reconhecimento da existência do Nam-myoho-renge-kyo dentro da vida do ser humano. Essa é a fé budista, ou a fé no Gohonzon. Ter fé que o Nam-myoho-renge-kyo existe dentro de si e do outro é acreditar que todas as pessoas são budas da forma como se apresentam — o princípio budista da iluminação de todas as pessoas (iluminação universal).
O Sutra do Lótus ensina que a missão dos discípulos das gerações futuras, após o falecimento do Buda, é propagar essa fé para o mundo e criar condições para cada pessoa ser feliz por meio da manifestação do seu potencial iluminado.
Essas duas ações — propagar a fé e criar condições — definem o que é valorizar cada pessoa. Dessa forma, o meio de cumprir a missão revelada no Sutra do Lótus é criar valor.
A propagação da Lei Mística não se limita à divulgação de uma religião, é a propagação da conduta humana mais elevada (criar valor) onde ela não existe. Essa conduta é a atitude benevolente e corajosa de respeitar a dignidade da vida humana. Por meio dessa atitude, damos o exemplo concreto do que é revelar a existência do Nam-myoho-renge-kyo na própria vida.
“Criar valor” é essa atitude benevolente — a forma mais elevada de valorizar cada pessoa. Criar valor é fazer manifestar o Nam-myoho-renge-kyo na própria vida e na do outro.
O Sutra do Lótus é o ensinamento mais importante de Shakyamuni, pois nele está revelada implicitamente a essência do budismo — a verdade de que a Lei Mística, que abarca e sustenta todas as coisas no universo, existe dentro do ser humano. Essa Lei transcendente e universal, inerente ao ser humano, chama-se Nam-myoho-renge-kyo.
Por meio da recitação do daimoku com fé no Gohonzon uma pessoa consegue ativar plenamente seu potencial iluminado. Recitar o daimoku, e propagar o Gohonzon, é fundir-se com a Lei eterna e imutável que transcende o “eu” limitado e finito. Essa fusão da pessoa e Lei é a felicidade que capacita o ser humano a estabelecer a paz na sociedade.
Tudo começa com o reconhecimento da existência do Nam-myoho-renge-kyo dentro da vida do ser humano. Essa é a fé budista, ou a fé no Gohonzon. Ter fé que o Nam-myoho-renge-kyo existe dentro de si e do outro é acreditar que todas as pessoas são budas da forma como se apresentam — o princípio budista da iluminação de todas as pessoas (iluminação universal).
O Sutra do Lótus ensina que a missão dos discípulos das gerações futuras, após o falecimento do Buda, é propagar essa fé para o mundo e criar condições para cada pessoa ser feliz por meio da manifestação do seu potencial iluminado.
Essas duas ações — propagar a fé e criar condições — definem o que é valorizar cada pessoa. Dessa forma, o meio de cumprir a missão revelada no Sutra do Lótus é criar valor.
A propagação da Lei Mística não se limita à divulgação de uma religião, é a propagação da conduta humana mais elevada (criar valor) onde ela não existe. Essa conduta é a atitude benevolente e corajosa de respeitar a dignidade da vida humana. Por meio dessa atitude, damos o exemplo concreto do que é revelar a existência do Nam-myoho-renge-kyo na própria vida.
“Criar valor” é essa atitude benevolente — a forma mais elevada de valorizar cada pessoa. Criar valor é fazer manifestar o Nam-myoho-renge-kyo na própria vida e na do outro.
O último a chegar
O conceito de “criação de valor” aparece no capítulo final do Sutra do Lótus, “Encorajamento do Bodisatva Mérito Universal”, precisamente com a chegada do bodisatva Mérito (Valor) Universal, que se atrasou para uma cerimônia que durou oito anos.
Graças ao atraso do bodisatva, a conduta do buda Shakyamuni nos deu um exemplo do que é valorizar o ser humano sem ser influenciado pelas circunstâncias. Acompanhe a história.
Quando a pregação do Sutra do Lótus chegava ao fim, repentinamente, eis que surge no Pico da Águia o bodisatva Mérito Universal vindo do leste, acompanhado de “grandes bodisatvas num número imensurável, ilimitado e indescritível”. (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3)
Quando soube que Shakyamuni estava expondo o Sutra do Lótus no distante mundo saha, ele reuniu uma quantidade incalculável de bodisatvas e correu para o Pico da Águia. Ao chegar à assembleia, imaginando que o Buda estaria descontente com seu atraso, Mérito Universal assumiu uma expressão séria e imediatamente fez o juramento de proteger os praticantes do Sutra do Lótus após o falecimento do Buda.
Satisfeito com a sinceridade de Mérito Universal, que de pronto jurou proteger os que propagariam o Sutra do Lótus pelo mundo inteiro, o Buda elogiou-o calorosamente com um entusiasmo maior do que havia demonstrando aos que estavam na cerimônia desde o começo.
O elogio de Shakyamuni surpreendeu a todos, inclusive o próprio Mérito Universal, que, com a mesma rapidez de sua iniciativa ao fazer o juramento, pediu ao Buda que explicasse como as pessoas poderiam viver com o mesmo espírito do Sutra do Lótus após o falecimento do Buda.
A pergunta foi certeira. Em resposta, Shakyamuni explicou sobre as quatro condições da prática do Sutra do Lótus:
“Se os bons homens e mulheres preencherem as quatro condições na época após o Buda ter entrado em extinção, eles compreenderão este Sutra do Lótus. Primeiro, devem ser protegidos e considerados pelos budas. Segundo, devem plantar as raízes da virtude. Terceiro, devem entrar no estágio em que estejam convictos de alcançar a iluminação. E quarto, devem ter a determinação de salvar todos os seres vivos” (Ibidem).
Ao ouvir as quatro condições, Mérito Universal jurou: “Se houver alguém na época maligna e corrupta que aceite e abrace este sutra, eu o protegerei” (Ibidem). Ele prometeu ainda “libertá-lo do declínio e do mal” (Ibidem) e garantiu que nenhum ser “conseguirá tirar vantagem dele” (Ibidem).
E disse também:
“Se essa pessoa se esquecer de uma única frase ou verso do Sutra do Lótus, prontamente a ajudarei a ler e a recitar até que compreenda. (...) Quando a vida dessas pessoas chegar ao fim, mil budas lhes darão a mão, tirarão seu medo e não permitirão que caiam nos maus caminhos da existência. (...) Após o Buda ter entrado em extinção, farei com que (o Sutra do Lótus) seja amplamente propagado por todo o Jambudvipa (o mundo inteiro) e providenciarei para que (ele nunca seja esquecido e que sua propagação) nunca chegue ao fim” (Ibidem).
Feliz com a disposição do bodisatva Mérito Universal, Shakyamuni declarou:
“Portanto, Mérito Universal, se encontrar uma pessoa que aceite e abrace este sutra, deve se levantar e cumprimentá-la de longe, demonstrando-lhe o mesmo respeito que dirigiria a um buda” (Ibidem).
Essas foram as últimas palavras de Shakyamuni no Sutra do Lótus.
Graças ao atraso do bodisatva, a conduta do buda Shakyamuni nos deu um exemplo do que é valorizar o ser humano sem ser influenciado pelas circunstâncias. Acompanhe a história.
Quando a pregação do Sutra do Lótus chegava ao fim, repentinamente, eis que surge no Pico da Águia o bodisatva Mérito Universal vindo do leste, acompanhado de “grandes bodisatvas num número imensurável, ilimitado e indescritível”. (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3)
Quando soube que Shakyamuni estava expondo o Sutra do Lótus no distante mundo saha, ele reuniu uma quantidade incalculável de bodisatvas e correu para o Pico da Águia. Ao chegar à assembleia, imaginando que o Buda estaria descontente com seu atraso, Mérito Universal assumiu uma expressão séria e imediatamente fez o juramento de proteger os praticantes do Sutra do Lótus após o falecimento do Buda.
Satisfeito com a sinceridade de Mérito Universal, que de pronto jurou proteger os que propagariam o Sutra do Lótus pelo mundo inteiro, o Buda elogiou-o calorosamente com um entusiasmo maior do que havia demonstrando aos que estavam na cerimônia desde o começo.
O elogio de Shakyamuni surpreendeu a todos, inclusive o próprio Mérito Universal, que, com a mesma rapidez de sua iniciativa ao fazer o juramento, pediu ao Buda que explicasse como as pessoas poderiam viver com o mesmo espírito do Sutra do Lótus após o falecimento do Buda.
A pergunta foi certeira. Em resposta, Shakyamuni explicou sobre as quatro condições da prática do Sutra do Lótus:
“Se os bons homens e mulheres preencherem as quatro condições na época após o Buda ter entrado em extinção, eles compreenderão este Sutra do Lótus. Primeiro, devem ser protegidos e considerados pelos budas. Segundo, devem plantar as raízes da virtude. Terceiro, devem entrar no estágio em que estejam convictos de alcançar a iluminação. E quarto, devem ter a determinação de salvar todos os seres vivos” (Ibidem).
Ao ouvir as quatro condições, Mérito Universal jurou: “Se houver alguém na época maligna e corrupta que aceite e abrace este sutra, eu o protegerei” (Ibidem). Ele prometeu ainda “libertá-lo do declínio e do mal” (Ibidem) e garantiu que nenhum ser “conseguirá tirar vantagem dele” (Ibidem).
E disse também:
“Se essa pessoa se esquecer de uma única frase ou verso do Sutra do Lótus, prontamente a ajudarei a ler e a recitar até que compreenda. (...) Quando a vida dessas pessoas chegar ao fim, mil budas lhes darão a mão, tirarão seu medo e não permitirão que caiam nos maus caminhos da existência. (...) Após o Buda ter entrado em extinção, farei com que (o Sutra do Lótus) seja amplamente propagado por todo o Jambudvipa (o mundo inteiro) e providenciarei para que (ele nunca seja esquecido e que sua propagação) nunca chegue ao fim” (Ibidem).
Feliz com a disposição do bodisatva Mérito Universal, Shakyamuni declarou:
“Portanto, Mérito Universal, se encontrar uma pessoa que aceite e abrace este sutra, deve se levantar e cumprimentá-la de longe, demonstrando-lhe o mesmo respeito que dirigiria a um buda” (Ibidem).
Essas foram as últimas palavras de Shakyamuni no Sutra do Lótus.
O bodisatva
“Criação de Valor”
Para entender a “criação de valor” como sabedoria que transforma veneno em remédio, vamos começar pelo nome do bodisatva Mérito Universal.
Nichiren Daishonin explica: “No nome Mérito Universal, ‘universal’ refere-se ao princípio do verdadeiro aspecto de todos os fenômenos, a verdade essencial e imutável incorporada ao ensinamento teórico [do Sutra do Lótus]. E ‘mérito’ expressa a ideia de sabedoria, a sabedoria que atua de acordo com as circunstâncias mutáveis, incorporada ao ensinamento essencial” (Gosho Zenshu, p. 780).
Sobre a frase de Daishonin, o presidente Ikeda comenta: “A ‘sabedoria que atua de acordo com as circunstâncias mutáveis’ significa criação de valor” (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3).
Tanto no nome quanto na postura, o bodisatva Mérito Universal expressa a sabedoria que nasce do ato de valorizar cada pessoa tendo como critério o valor mais supremo que ela possui: a vida ou estado de buda.
Voltando ao nome do bodisatva, “universal” representa o princípio da iluminação de todas as pessoas (iluminação universal). Ou seja, todas as pessoas são budas da forma como se apresentam. Essa é a verdade imutável incorporada no ensinamento teórico do Sutra do Lótus.
Acreditar ou aceitar essa verdade é bem difícil. As pessoas geralmente se autodepreciam ou desvalorizam umas às outras por se apegarem às circunstâncias mutáveis ou aparência externa. Como elas se definem e julgam as pessoas com base em valores externos circunstanciais, não conseguem reconhecer o valor supremo da vida em si e nos outros.
Um exemplo de apego a valores externos circunstanciais é valorizar, ou desvalorizar, uma pessoa por sua posição social, títulos acadêmicos, condição financeira, capacidade intelectual etc.
A “sabedoria que atua de acordo com as circunstâncias mutáveis, incorporada ao ensinamento essencial” é a capacidade de, mesmo em meio às circunstâncias adversas, reconhecer e trazer à tona o potencial iluminado inerente a si mesmo e aos outros. É agir, sem nunca perder de vista a verdade de que todas as pessoas são budas, mesmo que as circunstâncias ofusquem esse fato. É a sabedoria de reconhecer o ouro, mesmo que ele esteja coberto de lama e fazê-lo brilhar.
O reconhecimento do Nam-myoho-renge-kyo em si mesmo e, consequentemente, no outro é a fé — fonte da sabedoria que transforma o veneno em remédio e atua de acordo com as circunstâncias mutáveis. O presidente Ikeda afirma que “a fonte da criação de valor é a fé. Ter fé significa ter uma esperança ilimitada. Independentemente das circunstâncias serem boas ou más, mesmo que pareça lutar uma batalha perdida, deve se levantar convicto de que não será derrotado e, a partir daí, mostrar claramente a prova real do ilimitado potencial da Lei Mística. Esse é o verdadeiro propósito da fé! Sem dedicar todo nosso ser à criação de algo a partir do nada, não conhecemos o que é a fé genuína. O intenso desafio de criar valor, transformar a perda em ganho, o mal em bem, a mesquinhez em beleza. Esse é o espírito Soka. Isso é fé” (BS, ed. 1.579, 11 nov. 2000, p. 3).
Valorizar cada pessoa sem ser influenciado pelas circunstâncias
Como indicado pelo nome do capítulo do Sutra do Lótus, “Encorajamento do Bodisatva Mérito Universal”, o incentivo está relacionado à “criação de valor”.
A sabedoria da “criação de valor” consiste em transformar o negativo em positivo. Para isso, não se deve fingir que não existe sofrimento e nem ficar preso a ele. A fim de converter veneno em remédio, devemos, em primeiro lugar, levar em conta o sofrimento e, então, se valer da sabedoria para convertê-lo em alegria.
Ao julgar a capacidade do ser humano, não levamos em conta as circunstâncias externas. Elas são mutáveis. Adotamos como critério a verdade de que todos são budas da forma como se apresentam.
No caso do incentivo, deve-se considerar a condição da pessoa e encorajá-la adequadamente, de acordo com a sua situação. O encorajamento cria valor quando é coerente com a condição da pessoa que é incentivada.
Para entender melhor, tome como exemplo o ouro coberto de lama. Ao atribuir valor ao ouro, não levamos em conta o barro (circunstância mutável) e sim o que está por baixo da lama. Atribuir valor é um ato de fé. Significa acreditar na verdade de que o ouro continua sendo ouro, mesmo coberto de lama.
Incentivar é limpar o ouro para que ele possa reluzir. Para uma limpeza eficaz, levamos em conta o tipo de sujeira e escolhemos a melhor maneira de fazê-lo brilhar. Essa é a fé convertida em sabedoria que atua segundo as circunstâncias mutáveis.
Essa sabedoria vem de dentro, quando o indivíduo tem a intenção de incentivar as pessoas para que manifestem o próprio potencial iluminado.
Tocar o coração de uma pessoa, despertar nela a força para transformar a realidade, só é possível quando se é incentivado por alguém que verdadeiramente compreende o seu sofrimento. Esse encorajamento será eficaz, inesquecível e se tornará um tesouro incalculável na vida de quem recebe.
Essa é a lição por trás do atraso do bodisatva Mérito Universal. Para exemplificar esse conceito, leia o relato do presidente Ikeda, que consta num diálogo sobre o atraso do bodisatva:
“Certa vez, orientei rigorosamente um líder da organização. Ele havia repreendido um membro na frente de todo mundo por ter chegado atrasado a uma reunião. Fiquei furioso quando soube disso e falei:
— Que direito você tem de repreender aquela pessoa? Isto é ultrajante. Aquele membro abriu um espaço em sua atarefada agenda para participar do movimento pelo kosen-rufu. Nas atividades, os companheiros da fé devem se apoiar e se elogiar mutuamente.
Isso foi há bastante tempo. Mas a questão é muito mais importante hoje em dia em que a economia enfrenta dificuldades. Orientar uma pessoa sem saber de sua condição financeira, nem de sua situação em casa, é o mesmo que dizer palavras vazias. Não devemos cair na formalidade. Não devemos nos tornar autoritários.
Em alguns casos, seria melhor dizer a alguém que estiver com problemas no trabalho:
— Eu irei à reunião e depois lhe contarei o que ocorreu. Assim, por favor, concentre-se em seu trabalho.
Essa consideração proporciona um encorajamento indescritível.
Em outras ocasiões, talvez o que a pessoa necessite ouvir seja algo como:
— A base da boa sorte é criada dando tudo de si tanto no trabalho como nas atividades da Gakkai. Esta é sua chance de transformar seu destino. Vamos fazer o máximo juntos!
Mesmo uma orientação rigorosa, se estiver embasada na profunda oração e sincera preocupação pela pessoa, com certeza tocará seu coração. No entanto, sem benevolência não é possível falar com exatidão a respeito das dificuldades alheias. A questão principal é que, quando realmente nos preocupamos com outra pessoa, brota uma sabedoria ilimitada. É isso o que o bodisatva Mérito Universal representa” (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3).
A Dra. Sarah Wider, professora da Colgate University, em Hamilton, Estados Unidos, e ex-presidente da Associação Ralph Waldo Emerson disse: “Todas as pessoas possuem o potencial para se tornar ‘criadoras de valor’” (BS, ed. 2.108, 9 jan. 2010, p. A2).
Essa afirmação concorda com explicação do presidente Ikeda quando diz: “‘Mérito Universal’” significa que todos os seres dos dez mundos se tornaram pessoas dedicadas à ‘criação de valor’” (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3).
O incentivo que cria valor transforma os “seres dos dez mundos” (de qualquer condição de vida ou circunstância) em budas que criam valor.
Esse incentivo é expresso nas palavras finais do buda Shakyamuni: “Portanto, Mérito Universal, se encontrar uma pessoa que aceite e abrace este sutra, deve se levantar e cumprimentá-la de longe, demonstrando-lhe o mesmo respeito que dirigiria a um buda” (Ibidem).
O incentivo, que parte do princípio que a pessoa incentivada é um buda, desperta no incentivado o desejo de criar valor.
Ao encorajar a “criação de valor” não se deve aproximar do outro com ar de superioridade. É tratar a pessoa que está diante de você com o mesmo respeito que despenderia ao Buda.
A sabedoria da “criação de valor” consiste em transformar o negativo em positivo. Para isso, não se deve fingir que não existe sofrimento e nem ficar preso a ele. A fim de converter veneno em remédio, devemos, em primeiro lugar, levar em conta o sofrimento e, então, se valer da sabedoria para convertê-lo em alegria.
Ao julgar a capacidade do ser humano, não levamos em conta as circunstâncias externas. Elas são mutáveis. Adotamos como critério a verdade de que todos são budas da forma como se apresentam.
No caso do incentivo, deve-se considerar a condição da pessoa e encorajá-la adequadamente, de acordo com a sua situação. O encorajamento cria valor quando é coerente com a condição da pessoa que é incentivada.
Para entender melhor, tome como exemplo o ouro coberto de lama. Ao atribuir valor ao ouro, não levamos em conta o barro (circunstância mutável) e sim o que está por baixo da lama. Atribuir valor é um ato de fé. Significa acreditar na verdade de que o ouro continua sendo ouro, mesmo coberto de lama.
Incentivar é limpar o ouro para que ele possa reluzir. Para uma limpeza eficaz, levamos em conta o tipo de sujeira e escolhemos a melhor maneira de fazê-lo brilhar. Essa é a fé convertida em sabedoria que atua segundo as circunstâncias mutáveis.
Essa sabedoria vem de dentro, quando o indivíduo tem a intenção de incentivar as pessoas para que manifestem o próprio potencial iluminado.
Tocar o coração de uma pessoa, despertar nela a força para transformar a realidade, só é possível quando se é incentivado por alguém que verdadeiramente compreende o seu sofrimento. Esse encorajamento será eficaz, inesquecível e se tornará um tesouro incalculável na vida de quem recebe.
Essa é a lição por trás do atraso do bodisatva Mérito Universal. Para exemplificar esse conceito, leia o relato do presidente Ikeda, que consta num diálogo sobre o atraso do bodisatva:
“Certa vez, orientei rigorosamente um líder da organização. Ele havia repreendido um membro na frente de todo mundo por ter chegado atrasado a uma reunião. Fiquei furioso quando soube disso e falei:
— Que direito você tem de repreender aquela pessoa? Isto é ultrajante. Aquele membro abriu um espaço em sua atarefada agenda para participar do movimento pelo kosen-rufu. Nas atividades, os companheiros da fé devem se apoiar e se elogiar mutuamente.
Isso foi há bastante tempo. Mas a questão é muito mais importante hoje em dia em que a economia enfrenta dificuldades. Orientar uma pessoa sem saber de sua condição financeira, nem de sua situação em casa, é o mesmo que dizer palavras vazias. Não devemos cair na formalidade. Não devemos nos tornar autoritários.
Em alguns casos, seria melhor dizer a alguém que estiver com problemas no trabalho:
— Eu irei à reunião e depois lhe contarei o que ocorreu. Assim, por favor, concentre-se em seu trabalho.
Essa consideração proporciona um encorajamento indescritível.
Em outras ocasiões, talvez o que a pessoa necessite ouvir seja algo como:
— A base da boa sorte é criada dando tudo de si tanto no trabalho como nas atividades da Gakkai. Esta é sua chance de transformar seu destino. Vamos fazer o máximo juntos!
Mesmo uma orientação rigorosa, se estiver embasada na profunda oração e sincera preocupação pela pessoa, com certeza tocará seu coração. No entanto, sem benevolência não é possível falar com exatidão a respeito das dificuldades alheias. A questão principal é que, quando realmente nos preocupamos com outra pessoa, brota uma sabedoria ilimitada. É isso o que o bodisatva Mérito Universal representa” (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3).
A Dra. Sarah Wider, professora da Colgate University, em Hamilton, Estados Unidos, e ex-presidente da Associação Ralph Waldo Emerson disse: “Todas as pessoas possuem o potencial para se tornar ‘criadoras de valor’” (BS, ed. 2.108, 9 jan. 2010, p. A2).
Essa afirmação concorda com explicação do presidente Ikeda quando diz: “‘Mérito Universal’” significa que todos os seres dos dez mundos se tornaram pessoas dedicadas à ‘criação de valor’” (BS, ed. 1.570, 2 set. 2000, p. 3).
O incentivo que cria valor transforma os “seres dos dez mundos” (de qualquer condição de vida ou circunstância) em budas que criam valor.
Esse incentivo é expresso nas palavras finais do buda Shakyamuni: “Portanto, Mérito Universal, se encontrar uma pessoa que aceite e abrace este sutra, deve se levantar e cumprimentá-la de longe, demonstrando-lhe o mesmo respeito que dirigiria a um buda” (Ibidem).
O incentivo, que parte do princípio que a pessoa incentivada é um buda, desperta no incentivado o desejo de criar valor.
Ao encorajar a “criação de valor” não se deve aproximar do outro com ar de superioridade. É tratar a pessoa que está diante de você com o mesmo respeito que despenderia ao Buda.
Conclusão
O propósito da SGI é promover o bem-estar social a partir da “criação de valor”.
Para criar valor, é preciso reconhecer em si mesmo e no outro o potencial iluminado da vida — o estado de buda.
A Dra. Wider afirma: “Quando as pessoas perdem de vista esse potencial (de criar valor), a tendência destrutiva passa a dominar a sociedade. Eu acredito que denominar esse grupo de pessoas que acreditam no potencial do ser humano e promovem o contínuo desenvolvimento humano como ‘Soka Gakkai’ — uma associação de pessoas que aprendem a criar valor — é algo de profunda significância” (BS, ed. 2.108, 9 jan. 2010, p. A2).
Quando encorajamos as pessoas a criar valor, superamos a tendência destrutiva que domina a sociedade. Na prática, por meio do “incentivo que cria valor” estabelecemos a paz e a felicidade no mundo.
Encorajamento que cria valor — quando feito com o mesmo respeito despendido ao Buda, reúne numa mesma ação a valorização de cada pessoa e a sabedoria que transforma mal em bem, sofrimentos em alegria. Essa é a atitude transformadora do ser humano e da sociedade. Portanto, criar valor e incentivar o outro a fazer o mesmo constituem o propósito da SGI. E viver por esse objetivo faz você mais feliz.
Para criar valor, é preciso reconhecer em si mesmo e no outro o potencial iluminado da vida — o estado de buda.
A Dra. Wider afirma: “Quando as pessoas perdem de vista esse potencial (de criar valor), a tendência destrutiva passa a dominar a sociedade. Eu acredito que denominar esse grupo de pessoas que acreditam no potencial do ser humano e promovem o contínuo desenvolvimento humano como ‘Soka Gakkai’ — uma associação de pessoas que aprendem a criar valor — é algo de profunda significância” (BS, ed. 2.108, 9 jan. 2010, p. A2).
Quando encorajamos as pessoas a criar valor, superamos a tendência destrutiva que domina a sociedade. Na prática, por meio do “incentivo que cria valor” estabelecemos a paz e a felicidade no mundo.
Encorajamento que cria valor — quando feito com o mesmo respeito despendido ao Buda, reúne numa mesma ação a valorização de cada pessoa e a sabedoria que transforma mal em bem, sofrimentos em alegria. Essa é a atitude transformadora do ser humano e da sociedade. Portanto, criar valor e incentivar o outro a fazer o mesmo constituem o propósito da SGI. E viver por esse objetivo faz você mais feliz.
PRIMEIRA CONDIÇÃO — o Gohonzon. “Serem protegidos e considerados pelos budas” Significa ser protegido em consequência da reverência ao Gohonzon — a fonte da iluminação de todos os budas do passado, do presente e do futuro. SEGUNDA CONDIÇÃO — O daimoku “Plantar as raízes da virtude” É ter fé no Gohonzon (daimoku de fé) e recitar daimoku pela felicidade de si próprio e dos outros (daimoku de prática). Aqui se encontra a origem de toda benevolência. TERCEIRA CONDIÇÃO — A união harmoniosa dos membros (itai doshin) “Entrar no estágio em que estejam convictos de alcançar a iluminação” Refere-se à solidariedade com pessoas que se empenham continuamente e estão determinadas a nunca abandonar a fé. De forma concreta, ninguém preenche essas condições sem que faça parte de um grupo harmonioso de praticantes que abracem o ensinamento correto (Iluminação universal). QUARTA CONDIÇÃO — A propagação do kosen-rufu “Ter a determinação de salvar todos os seres vivos” É a realização decidida do kosen-rufu. O PROPÓSITO DA SGI “Soka” da denominação “Soka Gakkai Internacional” significa “criação de valor”. Portanto, em seu nome está claro que a missão da SGI é promover o bem-estar social por meio da “criação de valor”. Nisso reside também a razão de a Gakkai propagar o budismo de Nichiren Daishonin — uma religião humanista — com o propósito de transformar a sociedade a partir da mudança de cada pessoa. A sociedade é composta por pessoas. Para criar uma sociedade melhor, é preciso criar seres humanos melhores. O que define a excelência de uma pessoa é sua capacidade de criar valor. A “criação de valor” é a característica essencial dos seres humanos, é o que o define a humanidade de uma pessoa.