
A doença renal não discrimina: afeta homens e mulheres de todas as idades e etnias. Ataca em silêncio e dá às vítimas a impressão de serem saudáveis, enquanto os rins se deterioram irremediavelmente. A maioria das pessoas não sabe que está doente até perder parte considerável da função renal.
Sem muitos sintomas evidentes, a doença renal crônica hoje atinge no Brasil cerca de 5% a 10% da população. Cem mil pacientes recorrem à diálise, e, atualmente, 5 mil a 10 mil brasileiros são tratados por nefrologistas já com a disfunção renal. “O ideal é identificar a doença no estágio inicial”, diz o Dr. Edison Souza, nefrologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto e professor adjunto de nefrologia da UERJ. “Mas o melhor caminho é a prevenção. Um simples exame, 100% eficaz, é o da creatinina. É por meio dele que podemos verificar se existe ou não disfunção renal. Os maiores causadores da doença são a hipertensão e o diabetes. Portanto, pessoas que são acometidas desses problemas devem redobrar a atenção”, explica ele.
Além da hipertensão e do diabetes, alguns sinais do corpo podem servir de alerta. Portanto, redobre a atenção se apresentar edema (retenção de líquido), urina espumosa (sinal de que há muita proteína na urina) e cansaço em demasia. “O gosto ruim na boca, a falta de apetite, a anemia e o emagrecimento devem ser avaliados também como um alerta de que pode existir algum problema renal”, afirma o Dr. Edison Souza.
A doença renal pode ser evitada com controle da pressão alta e do diabetes, alimentação saudável, exercícios e acompanhamento médico. Veja a seguir outras dicas:
Diminua o sal. Pacientes renais não devem adicionar sal à comida, mas esse conselho vale para todos. O excesso de sal faz a pressão subir e obriga os rins a trabalhar mais. A maioria do sal que consumimos vem de alimentos industrializados. Alguns países obrigaram os fabricantes a reduzir a quantidade de sal acrescentada aos produtos. No Brasil, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação firmaram um acordo em 2011 para redução do teor de sódio dos alimentos processados. Entre 2011 e 2014 foram retiradas 7.652 toneladas de sódio dos produtos alimentícios. “A redução da ingestão de sal baixa a pressão arterial e diminui o risco de doença renal crônica”, diz o Dr. Feng He, do Instituto Wolfson de Medicina Preventiva, em Londres. “Há cada vez mais indícios de que ingerir menos sal tem efeito benéfico direto sobre os rins, independentemente do efeito sobre a pressão arterial.”
Pare de fumar. “O hábito de fumar acelera a deterioração da função renal e prejudica as artérias”, diz Wheeler.
Emagreça. O excesso de peso sobrecarrega os rins. “É como trabalhar 12 horas por dia quando se está acostumado a trabalhar 8 horas”, compara o Dr. Raymond Townsend, nefrologista da Filadélfia, EUA.
Limite o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Pergunte ao seu médico se não seria melhor evitar esses analgésicos. “Os AINEs promovem retenção de sódio e têm toxicidade direta sobre o tecido renal”, explica o Dr. Townsend. “Tomar por um prazo curto não é nocivo. O problema surge na dor crônica, quando esses medicamentos são tomados todo dia.”
http://blog.selecoes.com.br/doenca-renal-desarme-essa-inimiga/
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