
Por Lara Berruezo
Muitas pessoas acham a castração de animais domésticos um tema complexo, pois ainda existe muito preconceito, principalmente no Brasil. Cada vez mais defendido por profissionais, esse procedimento não só é indicado para prevenir gestações inesperadas como também é de extrema importância para a prevenção de inúmeras doenças no futuro.
A castração ou a esterilização consiste em uma cirurgia para a retirada de parte dos órgãos sexuais. Desde que seja realizado por um profissional qualificado, o procedimento é bastante simples e dificilmente oferece riscos para o animal.
É importante lembrar que a castração possui uma função social significativa. Controlar a população de cães e gatos abandonados é cada vez mais importante para a sociedade, e uma questão de saúde pública.
Para os animais que vivem em casa, a fuga para a rua em busca de parceiros costuma preocupar muito os donos. Os gatos, por exemplo, costumam voltar machucados por causa de brigas, tornando-se uma porta de entrada para doenças e contaminação oriundas do contato com outros animais. Após a cirurgia, os animais não perdem as suas características nem seu instinto protetor do lar, como muitos temem, apenas costumam ficar mais calmos.
Os animais, quando castrados bem cedo:
- não terão mais filhotes;
- acabarão com a demarcação de território, ou seja, o instinto agressivo com outros animais da casa e de urinar em todos os cantos ficará sob o controle;
- terão o risco de infecções como piometria (inflamação do útero) e inflamações testiculares diminuído – lembrando que inflamações levam a retirada desses órgãos e, se isso ocorrer quando o animal já estiver idoso, a cirurgia trará mais risco de vida ao animal;
- terão o risco de desenvolver tumores de mamas, útero, ovários, testículos e epidídimo diminuídos.
- viverão mais!

Deixar
o animal cruzar pelo menos uma vez antes de castrar é um mito, pois ele
pode gravar o ato de monta na memória e continuar repetindo-o. Além
disso, quanto antes for castrado mais eficaz a prevenção de doenças.
- Após a cirurgia, seu veterinário indicará se é melhor utilizar um colar elisabetano (aqueles cones que lembram um abajur) ou uma roupinha pós cirúrgica – que é bom providenciar com antecedência. Normalmente, a recuperação varia de uma a duas semanas, sendo que os machos costumam se recuperar mais rapidamente. Nesse tempo é ideal que o bichinho fique em um local mais restrito que não ofereça esforço, ou seja, não tenha escadas ou ladeiras, para que não ocorra rompimento dos pontos.
- Talvez seja necessário trocar a ração para uma versão light ou com menos gordura (no mercado existem rações especiais para cães e gatos castrados), pois a tendência do animal é engordar por causa da falta de hormônios sexuais controlando o tecido adiposo e da redução de atividades.
- Lembre-se de que é bem mais barato castrar do que cuidar de filhotes! Se o custo da cirurgia for um pouco pesado para você, a dica é pesquisar melhor. Diversas prefeituras, Centros de Controle de Zoonoses (CCZs), universidades e entidades de proteção animal realizam cirurgias de esterilização gratuitas ou com preços bastante reduzidos.